quarta-feira, 22 de junho de 2011

Maria Júlia

                                                               A natureza...
Eu acho que vocês ainda não pararam para pensar que nós só damos valor àquelas coisas de enorme valor, (dinheiro) e não aquilo que nós não precisamos comprar. 


Hoje em dia as pessoas só querem saber de limousine, bola, ouro e não  aquilo que está na cara, na ponta do nariz, que são as árvores, os rios , lagos, mares, o céu, a lua e o sol.   


Posso pedir uma coisa a vocês, leitores?
Parem um pouco para pensar, imaginem que não existe nada, ex: limousine, bola, tv, ouro, etc... 
E olhem o céu, as árvores, que existem ao seu redor e me digam se não é lindo.


Deixe um comentário falando sua resposta se for sim eu avisei se for não eu quebro meu queixo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Renato Russo - Poema

                 

Tempo perdido


Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo.


Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia:
"Sempre em frente,
Não temos tempo a perder".


Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem.


Veja o sol dessa manhã tão cinza:
A tempestade que chega é da cor dos teus olhos castanhos.
Então me abraça forte e me diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo:
Temos nosso próprio tempo.


Não tenho medo do escuro, mas deixe as luzes acesas agora.
O que foi escondido é o que se escondeu
E o que foi prometido, ninguém prometeu.


Nem foi tempo perdido;
Somos tão jovens.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Mécia Rodrigues - Ensaio poético



                                        




                                          La Bohème







Alguma coisa lírica soou na minha memória, quando entrei na Barão de Itapetininga, em meio à profusão dos pisca-piscas, à polifonia própria de dezembro e à infinita variedade de quinquilharias pelas vitrinas úmidas e garoentas. As palmeiras do Vale, a enorme árvore de natal ali montada, o Theatro Municipal.

2
Sabonetes em formato de noz. Da Kanitz. Havia as caixas grandes, com três, e a pequenas, com um. As caixas verde-claro, enfeitadas com papel transparente picado. No meio dele se acomodavam as nozes-sabonetes. E também havia as caixas de talco, de madrepérola, com esponjas tão leves que pareciam flutuar. E os chocolates da Kopenhagen.

3
O circo de Moscou, os doces sírios da ladeira Porto Geral, Os três mosqueteiros, O cavaleiro da máscara de ferro, Miguel Strogoff. As fotonovelas dos dias chuvosos, quando a máquina de costura deixava de ser pedalada. A caneta preta, de pena de irídio, do meu avô.
4
Subi até a Sete de Abril e entrei na galeria onde comprávamos, eu e minha mãe, os presentes de natal para minha avó. E, talvez, para reencontrar a ambas, eu procurava o sabonete da Kanitz.
5
A garoa se transformou numa chuva forte, que me obrigou a ficar parada na porta da galeria, na saída da praça Dom José Gaspar. Um punhal pintado na perna direita da minha calça jeans e uma rosa entrelaçada nele. Com essa displicência atravessei natais e invernos rigorosos, mp3 e gramophones, perfumes de pinheiro e todas as tempestades possíveis.
6
A chuva parou. As pessoas que, como eu, estavam por ali, esperando que ela passasse, começaram a se dispersar. E naquela pequena multidão eu via o vulto da minha avó e da minha mãe passando com caixas e caixas de sabonete e chocolates. E as notas claras de uma ária:
7
Al buio non se trova
Ma per fortuna è una notte di luna...
8
— Ah, como eu queria um Nintendo com dois controles e quatro cartuchos, suspirou a voz, ao meu lado, olhando para a vitrina. E depois, para mim. Era uma menina suja e mal vestida, de uns dez anos, cujo rosto brilhava com uma graça irresistível. — Você não queria um Nintendo daqueles? Ela perguntou bem alto. Dei um sorriso forçado. Eu estava atravessando a praça e havia parado um minuto em frente à uma loja de brinquedos, mais para olhar o movimento dos estudantes, costureiras, pequenas vendedoras de fósforos, gatunos, camelôs indo embora, vagabundos, homens de terno e gravata, mulheres cheias de charme.
9
— Você não me respondeu...e a menina cutucou minha perna com o dedo.
— O que eu não respondi?
— Sobre o Nintendo...

10
So bien...le angoscie tue,
Non le vuoi dir
Non le vuoi dir
11
Os corrimãos de ferro e as escadas de mármore da Estação da Luz, a litorina das 21h, um cravo vermelho em um vaso de vidro e a toalha branca de linho do vagão-restaurante. E uma hora depois, a casa da minha avó.
12
— Olha aqui, chatinha, eu disse para a garota suja, o que eu tenho de dinheiro dá pra comprar uma vela bem bonita, milk-shake e batatas fritas do McDonald’s, serve? — Para que a vela? ela perguntou. Fingi que não ouvi.
13
— Os dois de chocolate, falei para a moça do caixa. Peguei o troco e disse à garota: — Vamos sentar nas escadas do Municipal, acender a vela e falar mal dos natais, das pessoas, das injustiças, da falta de dinheiro. — Estão molhadas, disse a menina. — Com esse calor, já secaram.
14
A neve caindo devagar sobre os telhados, um quadro a óleo, a casa de penhores, as cinzas da lareira apagada. Sobe o pano no Teatro Régio de Turim, 1896. Libreto por Giusepi Giacasa e Luigi Flicca, baseado em Scènes de la Vie de Bohème, de Henri Murger.
15
Mal nos sentamos em um dos degraus, vinha vindo um homem cheio de pacotes, que pelo volume, supus serem os caros panetones da Dulca. Levantei e fui até onde ele estava: — Boa-noite, cavalheiro, preciso acender esta vela, o senhor teria um isqueiro para me emprestar? Ele se atrapalhou um pouco, pediu para eu segurar os pacotes — os panetones? — enquanto acendia um zippo. Que mais parecia um lança-chamas.
16
Pisquei para a menina, sentada na escada, segurando os mil-shakes e as batatas. Que, por sua vez, também piscou para mim. O homem me olhou, segurando o zippo aceso: — Você...e pigarreou. Encostei o pavio da vela na chama e sorri: — Eu?
17
Che cosa faccio? Scrivo.
E come vivo? Vivo.
In povertá mia lieta
Scialo da gran signore
Rime ad inni d’ amore.
18
Acendi a vela vermelha, enfeitada com frisos dourados, e o nome da minha avó, escrito nela, brilhou mais do que todas as luzes do centro da cidade.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Nelson Ascher - Poema

                                      




                                                      Hölderlin


  Luz não se vê tão límpida
quanto, inundando a casa,
aquela que extravasa
fugaz de qualquer lâmpada
que, de repente, exalte-
-se e atinja, por um átimo,
à beira do blecaute
mais último, seu ótimo.
Cega ao fulgor, a orelha
talvez capte de esguelha
um ultra-som que, esgar-
çador como um lamento,
provém do filamento
no afã de se queimar.

domingo, 29 de maio de 2011

Diléa Frate - Conto

                                         
                                                       Palhaçada

      Eram dois palhaços: o palhaço esperto e o esperto palhaço. O palhaço esperto era exatamente igual ao esperto palhaço. Impossível reconhecê-los, assim, a olho nu. O único que sabia exatamente quem era o esperto palhaço era o palhaço esperto. O palhaço esperto era responsável por todos os números engraçados do circo, enquanto o esperto palhaço apenas aproveitava do talento e semelhança do outro, para ficar fazendo micagens. Apesar da confusão, o palhaço esperto nunca se importou com as enganações do outro; ao contrário: achava graça em ver que o público se divertia, enganado pelo falso talento do outro. Já o esperto palhaço morria de inveja do talento de seu semelhante e, um dia,  durante um número perigoso de equilíbrio no fio, cortou um pedaço da rede que devia sustentar o companheiro, que caiu no chão e morreu. Ninguém pôde acusar o esperto palhaço, que, esperto, escondeu todas as provas. Conseguiu se esconder até de si mesmo. Sem o parceiro que dava suporte às suas piadas, o esperto palhaço deixou de ter graça e gastou o resto da vida achando que era esperto e fazendo o papel de palhaço.

sábado, 28 de maio de 2011

Francisco Perna Filho - Poema

                                           
                                                             Borboleta


Borboleta não é flor que se cheire, 
é voo,
eflúvio de céu,
sentença de várzea,
abismo de horizontes.

domingo, 17 de abril de 2011

Musicas





                                         





Cada um tem seus estilos de musicas, tem gente que gosta de Sertanejo, tem gente que gosta de MPB, mas também tem gente que gosta de musicas modernas,etc.

É claro que todos tem seus estilos, mas o meu é MPB e musicas modernas. Com o passar do tempo os tipos de musicas  vão mudando, um exemplo é a Vanessa Hudgens ontem todos só queriam ouvir as musicas dela, hoje as pessoas só querem ouvir as musicas do Justin Bieber .

Então eu  vou falar uma coisa que eu falei ontem e vou falar hoje.





                                                     " Todos tem seus estilos de musicas né."